O evangelho de Mateus faz referência à infância de Moisés no Egito,onde o Faraó,por medo de uma rebelião de escravos,manda matar todos os recém-nascidos homens. ”Do Egito chamei meu filho” é a expressão que identifica Jesus como o novo Moisés que virá para libertar o povo da escravidão e da opressão.
Celebrar a vida dos inocentes é celebrar a memória de nossos irmãos que nos legaram,com suas vidas e com seu sangue, a esperança no reino de justiça e dignidade. É ser conscientes hoje de que as estruturas de poder continuam ainda destruindo a assassinando a vida de pessoas inocentes que lutam por conseguir uma vida digna e justa.
A Esperança de vida,como a borboleta, tem asas e muitas cores...Jesus nasceu e sobreviveu aos determinismos sociais da época. A fome e a miséria eram o cenário onde nasciam os menininhos pobres e carentes como ele,sem nenhum perigo para a sociedade que os excluía imediatamente,dispondo-se a exterminá-los. Logo depois,para eliminá-lo, essa mesma sociedade promovia ou apoiava um genocídio, o mais clamoroso das histórias do Evangelho. Os meninos do tempo de Jesus nasceram condenados à morte. Hoje,conhecemos seus irmãozinhos em todo o mundo,que nascem também com essa condenação,juntamente com o menino nascido na estrebaria e embalado num berço improvisado num cocho.
A Natalidade de Jesus de Nazaré é um convite para mergulharmos na realidade que se apresentava ao menino que irrompe do ventre de sua mãe adolescente,gravidez sob condenação social,numa estrebaria,um sem-terra,um sem-teto,sem-nada,à semelhança das crianças que nascem no 3° mundo,e no Brasil. Mas que não se esqueça : ao mesmo tempo,seria credor de dívidas sociais desta sociedade dita cristã que lhe deve tudo e não quer pagar. Onde estaria essa pobreza que não poucos admitem? A eles,os pobres e miseráveis,o Reino de Deus e a sua justiça eram anunciados e ofertados por discípulos e apóstolos de Cristo. Ele entre os milhões de miseráveis e excluídos de nossa época (Mt 25: “Quando te vimos?Me viste quando estava doente...nú...com sede,fome e frio...”).
Ver. Derval Dasilio-Pastor da IPU Maruípe PVTR