domingo, 2 de janeiro de 2011

Domingo - Epifania do Senhor - 02/01/2011 - Folha de Culto



O evangelho de Mateus faz referência à infância de Moisés no Egito,onde o Faraó,por medo de uma rebelião de escravos,manda matar todos os recém-nascidos homens. ”Do Egito chamei meu filho” é a expressão que identifica Jesus como o novo Moisés que virá para libertar o povo da escravidão e da opressão.
  Celebrar a vida dos inocentes é celebrar a memória de nossos irmãos que nos legaram,com suas vidas e com seu sangue, a esperança no reino de justiça e dignidade. É ser conscientes hoje de que as estruturas de poder continuam ainda destruindo a assassinando a vida de pessoas inocentes que lutam por conseguir uma vida digna e justa.
  A Esperança de vida,como a borboleta, tem asas e muitas cores...Jesus nasceu e sobreviveu aos determinismos sociais da época. A fome e a miséria eram o cenário onde nasciam os menininhos pobres e carentes como ele,sem nenhum perigo para a sociedade que os excluía imediatamente,dispondo-se a exterminá-los. Logo depois,para eliminá-lo, essa mesma sociedade promovia ou apoiava um genocídio, o mais clamoroso das histórias do Evangelho. Os meninos do tempo de Jesus nasceram condenados à morte. Hoje,conhecemos seus irmãozinhos em todo o mundo,que nascem também com essa condenação,juntamente com o menino nascido na estrebaria e embalado num berço improvisado num cocho.
  A Natalidade de Jesus de Nazaré é um convite para mergulharmos na realidade que se apresentava ao menino que irrompe do ventre de sua mãe adolescente,gravidez sob condenação social,numa estrebaria,um sem-terra,um sem-teto,sem-nada,à semelhança das crianças que nascem no 3° mundo,e no Brasil. Mas que não se esqueça : ao mesmo tempo,seria credor de dívidas sociais desta sociedade dita cristã que lhe deve tudo e não quer pagar. Onde estaria essa pobreza que não poucos admitem? A eles,os pobres e miseráveis,o Reino de Deus e a sua justiça eram anunciados e ofertados por discípulos e apóstolos de Cristo. Ele entre os milhões de miseráveis e excluídos de nossa época (Mt 25: “Quando te vimos?Me viste quando estava doente...nú...com sede,fome e frio...”).
                                                         Ver. Derval Dasilio-Pastor da IPU Maruípe PVTR 

sábado, 18 de dezembro de 2010

CORAÇÕES AO ALTO,A SALVAÇÃO SE APROXIMA!

  Parece ter sido escrito hoje!Nas leituras de hoje poderia ser um dos que perseguem os sinais de esperança,andando por nossas ruas,subindo os morros,convivendo com traficantes,no meio do tiroteio e das balas perdidas,caminhando com os habitantes dos lugares de toda pobreza e miséria:A porta do barraco era sem trinco,/mas  a lua furando o nosso zinco/salpicava de estrelas nosso chão...(Orestes Barbosa).Não tem mais zinco,mas os telhados são furados por balas perdidas..."A poesia tem comunicação secreta com o sofrimento do homem”(Neruda).Difícil é imaginar o poeta bíblico dentro de um shopping, veloz para gastar as economias reunidas o ano inteiro,cheio de urgências consumistas,respondendo ao marketing insistente da mídia.Mais adequado imaginar o salmista nos caminhos e nas vielas arriscando-se aos tiros trocados com a polícia,nos lugares de toda miséria.
  Quem está encantado pelas guirlandas,as lâmpadas piscantes,árvores de natal em verdes artificiais,é convidado a reter-se por um momento e olhar o entorno.Pensar sobre a asfixia das festas inúteis,dos compromissos obrigatórios,das trocas de presentes,e parar para ouvir uma canção bíblica (salmo 146);escutar o tum-tum-tum rítmico,envolvente,fascinante,dos que deviam chorar,mas dançam e cantam incompreensivelmente a esperança.Mas é o que este salmo desperta em nós,ouvindo sua música,enquanto nos deixamos arrebatar: Como vamos cantar / este canto imprevisto / tão distantes do lar / tão no mundo sem Cristo(...) / Como vamos cantar se o irmão se o irmão é explorado, / se lhe fazem calar / se ele é sempre anulado? / A canção do Senhor tem de ser verdadeira, / para ser o louvor na terra brasileira (Jacy Maraschin).
  A fé bíblica,com todas as suas implicações,fala neste Advento da luta dos oprimidos e da sua emancipação.Os delírios fundamentalistas apocalípticos,no entanto,chegam ao extremo: é o máximo da loucura: querem suspender a esperança com a cumplicidade dos demônios da pregação medieval da pregação medieval sobre guerras espirituais.Há também que coloque Deus como causa ou como juiz que potencializa o sofrimento humano,condenado pecados e culpas individuais,enquanto ignora pecados estruturais da sociedade impiedosa.A esperança é uma virtude complexa,em sua sustentação e defesa.Depende da consciência de estar no mundo e descobrir a solidão humana ante a imensidão do Universo.Um mundo marcado pelo fatalismo,pela resignação à injustiça e ao naturalismo dos determinismos resistentes às transformações.
  Não faltará quem nos diga,enquanto representantes da autoridade espiritual que nos cerca:” sempre foi assim” , e o “deus deles” faz parte das forças que esmagam as pessoas,um impedimento aos planos mais altos de bem-estar social,à vida plena e à dignidade humana.
  Não é aceitável que privilegiados,para quem não é mais utopia os sonhos de bem-estar pelo desenvolvimento da técnica – locupletados de recursos,na saúde,na medicina,na educação,no domínio da natureza,no lazer –, lembrem-se apenas dos símbolos do consumismo reunidos no Natal dos ricos e dos bem-postos.A natalidade do Messias de Deus é a resposta do Evangelho deste domingo de Advento.O concreto da vida humana,as tendências dos homens e mulheres,caminhando em esperanças e transformações,aponta as carências e possibilidades reais latentes na vida de fé.Em nossas comunidades,preparamo-nos para comemorar uma data de grande importância para a nossa fé: Natalidade do Senhor,ponto culminante do Advento.O reinado de Deus está na pauta da segunda vinda,inclusive.Uma paisagem bíblica familiar é-nos apresentada.Ele manteve a esperança de seu povo,esmagado pelos impérios poderosos do Oriente,enquanto povo e sociedade,envergonhados de seus próprios pecados.O profeta apresentou imagens belíssimas de salvação.Por exemplo,falando de uma milagrosa primavera no Líbano,a grande cordilheira ao norte da Palestina,da qual de extraíam madeiras preciosas e pedras necessárias para as construções (Isaías 35,1-10).
                                                             (Continua na próxima folha de culto)


domingo, 28 de novembro de 2010

1° DOMINGO DE ADVENTO - FOLHA DE CULTO

                                                O ADVENTO






  O Advento é o tempo que marca o início do calendário litúrgico cristão.Sua origem é documentada a partir do século IV a.C..Semelhante à preparação da Páscoa,expiação de Cristo,o Advento surge como preparação para o nascimento de Jesus,o Natal.Advento,do latim adventus,significa "vinda" ,"espera". Trata-se de uma celebração onde o foco é a expectativa da vinda do Messias,o Cristo prometido.Este período pode ser dividido em duas partes: os dois primeiros domingos enfatizam o Advento escatológico e o terceiro e quarto domingos a Preparação do Natal de Cristo.A quadra litúrgica do Advento tem também a dimensão da expectativa da segunda vinda de Cristo,bem como a expectativa da chegada do Messias que concretiza o Reino de Deus,o "já" e o "ainda não", tensão dialética que significa viver a espera do cumprimento das promessas e renovar a esperança do reino que virá.

  A espiritualidade do Advento é marcada:
a) pela esperança e o aguardo do Messias prometido;
b)pela fé na concretização das promessas de Deus;
c)pela demonstração concreta do amor de Deus com a chegada do Messias;
d)pela paz,anunciada e plenficada pelo Messias.

                                     Luciano José de Lima
                                     Luis Carlos Ramos
                                     Suely Xavier dos Santos

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AOS CRISTÃOS


  "O Cristianismo tem sempre insistido que a cruz que carregamos precede a coroa que usaremos.Para ser cristão,alguém precisa tomar sua cruz,com todas as dificuldades,agonias e tensões que ela contém,e carregá-la até que deixe sua marca em nós e nos redima,levando-nos por um caminho ainda mais excelente que só se encontra por meio do sofrimento".
                            
          Martin Luther King Jr. Líder do movimento estudantil não-violento americano em busca da oficialização e prática dos direitos civis,e do fim do racismo cruel que dominava os EUA.Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1964.

domingo, 14 de novembro de 2010

32° DIA DO TEMPO COMUM - FOLHA DE CULTO

                                             A Nossa Fé




 
  "A obra de Deus é esta: que acrediteis naquele que ele enviou (Jo, 6:29).A fé para João é o coração da vida cristã.Acreditar é confiar em Jesus,acolher o mistério da sua pessoa.Isso explica por que razão,no Evangelho de João,expressões como "reconhecer" ,"acolher" ,"ver" ,"vir até" são sinônimas de acreditar.
  Para acreditar,segundo João,precisamos de sinais.A fé é despertada pela vista.Ver vem antes de crer.No momento da ressurreição de Lázaro,'muitos que tinham vindo com Maria e tinham visto o que Jesus fizera,acreditaram nele' (Jo,11:45).Quando Pedro e o discípulo que Jesus amava viram o túmulo vazio,acreditaram (Jo,20:8).
  No relato de João,a multidão também viu um grande sinal,a multiplicação dos pães.Ao pensar que tinha encontrado o Messias,vai à sua procura.Mas mesmo se a multidão viu um sinal espantoso,não compreendeu o verdadeiro sentido.Ver é só um primeiro passo no caminho que conduz à fé.Por etapas,Jesus vai convidá-los a que não parem no caminho.
  Primeiro,ao partir sozinho para a montanha quando vêm para o fazer rei,Jesus quer dizer que não é o Messias,tal como o tinham esperado.Por vezes,o que impede de acreditar são nossas idéias feitas.Como Jesus não reage de acordo com os seus conceitos,a multidão não compreende o que ele faz.
  Em seguida,Jesus vai ajudá-los a compreender a verdadeira razão pela qual eles o procuram.A multidão não compreendeu que Jesus é o pão da vida.Ela procura-o porque sua fome foi saciada.O que impede de crer é ficar fascinado pelo sinal,mas incapaz de ir mais além.Na fé somos sempre convidados a dar mais um passo, a trabalhar por um alimento que permaneça a vida eterna."

                                          Meditação extraída do site da comunidade de Taizé,França.

domingo, 17 de outubro de 2010

29° DIA DO TEMPO COMUM - DOMINGO EUCARÍSTICO

                                Reflexão sobre a realidade




  Interpretar a Bíblia,sem olhar a realidade da vida,é o mesmo que manter o sal fora da comida,a semente fora da terra,a luza debaixo da mesa;é como o galho sem tronco,olhos sem cabeça,rio sem leito.
  Pois a Bíblia não é o primeiro livro que Deus escreveu p/ nós,nem o mais importante.O primeiro livro é a natureza criada pela palavra de Deus;os fatos,os acontecimentos,a história,tudo o que existe e acontece na vida do povo,é a realidade que nos envolve.Deus quer comunicar-se conosco através da vida que vivemos.Por meio dela.Ele nos transmite sua mensagem de amor e justiça.
  Mas nós homens,por causa dos nossos pecados,organizamos o mundo de tal maneira e criamos uma sociedade tão torta,que já não é possível perceber claramente a voz de Deus nessa vida que vivemos.Por isso Deus escreveu um segundo livro,que é a Bíblia.O segundo livro não veio substituir o primeiro.A Bíblia não veio ocupar o lugar da vida.A Bíblia foi escrita para nos ajudar a entender melhor o sentido da vida e perceber a presença da palavra de Deus dentro de nossa realidade.
  Santo Agostinho resumiu tudo isso da seguinte maneira:A Bíblia,o segundo livro de Deus,foi escrita para nos ajudar a decifrar o mundo,para nos devolver o olhar da fé e da contemplação,e para transformar toda a realidade numa grande revelação de Deus.
  Por isso,quem lê e escuta a Bíblia,mas não olha a realidade do povo oprimido nem luta pela justiça e pela fraternidade,é infiel a palavra de Deus e não imita Jesus Cristo.
  Ele é semelhante aos fariseus que conheciam a bíblia de cor,mas não a praticavam.

                           Que Deus esteja sempre conosco!Amém.
                                                                             Carlos Mesters in Flor sem Defesa

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

25° DIA DO TEMPO COMUM - 19/09/2010

 Sl 79:1-9                           Lc 16:1-13

  Em folhas anteriores falamos sobre culto,liturgia e lecionário afim de que pudéssemos refletir sobre o significado de cada um deles em nossas reuniões.Hoje abordaremos símbolos e cores.
  Sabemos que já existe um conjunto de símbolos e cores para as datas de nosso calendário litúrgico.Porém,isto não elimina a possibilidade de se criar símbolos e utilizar outras cores.Influenciam na utilização das cores e símbolos a tradição,a teologia e a cultura.
  O esquema tradicional das cores:o branco e a cor de ouro simbolizam a divindade,luz,glória,alegria e vitória,de modo que são usadas para celebrar a obra redentora de Cristo(Natal,Epifania,Batismo,Transfiguração,Páscoa,Ascenção,Trindade e Cristo Rei).O vermelho,símbolo do fogo e do sangue dos mártires é a cor da celebração do Espírito Santo e da igreja,utilizada no pentecostes,dia da reforma protestante (31/10),bem como o aniversário de igrejas locais,ordenação de pastores e pastoras.O roxo caracteriza as épocas do ano cristão dedicada a reflexão,arrependimento e preparação,como o advento e a quaresma.O azul claro tem sido empregado,também,durante o advento por expressar esperança.O preto denota a morte,sendo usado na quarta-feira de cinzas e sexta-feira da paixão.Na sexta,pode-se também não se utilizar coisa alguma,traduzindo assim o sentimento de vazio e ausência absoluta.O verde,cor da natureza,vida e crescimento é usado ao longo do tempo comum.
  A introdução de cores e símbolos no culto sempre deve ser acompanhada de um processo de educação para que todos compreendam com clareza os seus significados.